quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A Programação do Dia


Letras, números, lados e ruas, informações nocivas à sua existência. A placa de pare e a vontade de se jogar ao caos dos carros passando.
Diálogos estridentes e os nervos entre os dentes, os sussurros e os cochichos daqueles que passam, e aqueles que passam nem percebe que sua cabeça não pára de crescer. O Lixo de seu inferno é o que alimenta esse crescimento, e ele tão cego nem nota. A pressa com que conduz o dia não o leva ao destino que ele mesmo nem lembra.
Diante dele pessoas, passadas, papéis, texto em forma de monstros, monstros em forma de gente e gente de forma abstrata “e onde andam seus sorrisos de ocasião? Sorrisos são feitos para serem ostentados.”
Sua cabeça transmuta e ele nem sente, suas pernas só andam e ele nem chega, ao final do dia o banho não refresca, evapora com o calor de sua imensa cabeça e ele não dorme.
Vamos lá!
Mais um dia e a engenhosa pressa lhe toma pela mão e ele nem percebe, afinal onde estará sua vida que ninguém vê?
Os diálogos são os mesmos, os carros por vezes alteram, e as pessoas insistem nos gritos, sussurros e preces
Na esquina mais próxima, dentro da tua apatia, ainda cabe espaço, para o interesse mecânico.
E então de repente sua existência se faz conhecida, mais também pudera né, em meio a explosão de sua cabeça ninguém se espantar, tempo esgotado.

Inspirado na música de O Teatro Mágico

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