domingo, 13 de março de 2011

O nosso amor a gente inventa

Difícil entender alguns sentimentos, é complicado aquilo que você escolhe para dar o nome de amor.  Quantas definições existem para cada ser? Seria mesmo o amor o querer bem cheio de resignações, visando tão somente a felicidade do outro?
Bem, começo a traçar uma linha de raciocínio e essa necessidade de nomear coisas e sentimentos me causa um vazio que também não encontro definição, ela sempre me foi um problema, acho que por isso eu prefiro as reticências e nunca tenha me sentido completo, as coisas perdem forma quando passam por aqui e a simplicidade de algo passa a ser a complexidade do que agora... Também me faltam as palavras.
Amor?
Não, talvez não, acredito que nunca tenha sido, embora eu o tenha sentido tão próximo, agora me ocorre que talvez eu nunca tenha amado.
Tantas formas diferentes de sentir, e a necessidade de catalogá-las, rotulá-las, e guardá-las num lugar seguro, tudo impressão... Não pode um sentimento ser tantos, deve haver algum que a gente reconheça com toda nossa capacidade sensitiva.
“O teu amor é uma mentira que a minha vaidade quer, e o meu poesia de cego você não pode ver.” E a ilusão vai se dissipando lentamente nesse estranho gosto de que a brincadeira acabou.
O amor é bom?
Alguns dizem que sim, já ouvi dizer que “é feio, tem cara de lixo”, e eu continuo sem opinião formada, não sei sequer o que sinto, não possuo certezas. Às vezes, noto uma vaga beleza, sinto raiva muito bem definida, inveja, medo, tristeza, sentimentos nem tão definidos assim, tenho tantas dúvidas e gostaria de ficar com a bela imagem de que o amor é bom.
“O nosso amor a gente inventa pra se distrair”, por isso talvez eu nunca tenha amado, ou tenha, afinal quando acaba a gente pensa que ele nunca existiu. Portanto, hoje eu fico com a definição que me convém... Amor: substantivo simples, comum e abstrato.

Inspirado na música de Cazuza. 

5 comentários:

  1. Essa música do Cazuza sintetiza bem o fim de um relacionamento. Sobra o vazio, o que não foi dito, as reticências... O seu texto debruça-se sobre estas questões, a principal: como definir o amor, aquilo que fazia tanto sentido e já não faz. Pra onde foi? Nós, humanos estamos constantemente perseguindo o sentido de tudo, que flutua acimas das nossas cabeças, tão inacessível a simples mortais.
    Parabéns! Continue filosofando...

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  2. Amor, amor, amor... tema universal, gratificante aos poetas, por permitir tantos desdobramentos: quando a gente acha que ele existe, quando ele existe e não é assumido, quando ele termina, e pronto... Belo texto, e bela definição do que te convém, muito pertinente à ideia. Parabéns, Cezar...

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  3. Cezinha eu prefiro as reticências tbm..e como diz o poeta "...Que seja eterno enquanto dure..." Parabéns querido continue sempre assim, expresando essa arte que é só sua em uma conversa bem sincera...bjus te admiro muito....o blog de vcs ta lindo Juliana

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  4. Nossa Cézar... que lindoo...
    Parabéns...

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  5. Sensacional!!

    Sharla =]

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